domingo, 12 de setembro de 2010

Socialismo de Mercado na China: uma incontestável realidade

O governo chinês desenvolve sua política econômica de forma acelerada nos últimos anos. Empresas transnacionais aproveitam a mão-de-obra oriental para otimizar sua lucratividade na distribuição de seus produtos pelo planeta. A maioria das grandes empresas se instalam em território da República Popular da China, e grande parte das vezes sublimam de suas estratégias de desempenho o curioso fenômeno que vem tomando parte deste Estado da Sociedade Internacional ao longo das duas últimas décadas: trata-se do Socialismo de Mercado.

O Socialismo de Mercado é, indubitavelmente, único no cenário internacional. Em um regime bipolar que durou quase 50 anos, os Estados Unidos da América (EUA) e a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) degladiaram-se de forma indireta durante o período histórico denominado, de forma atécnica, Guerra Fria. A China, entretanto, apesar de ter adotado o modelo socialista com a ascensão de Mao Tsé-Tung ao poder após o segundo período da Revolução Chinesa (1949), em meados da década de 1980 deu início a um fenômeno que mais tarde se constituiria como a grande engrenagem de sua economia na atualidade, com picos de desenvolvimento de 10% do PIB, em média. Para tanto, bastou uma simples ação política: manter o Socialismo de Estado em sua política interna e externa, porém adotar o modo de produção Capitalista em sua Economia. A tal fenômeno especialistas em Política Internacional cunharam o nome de Socialismo de Mercado.

Até então, tal política tem oferecido pujantes frutos ao governo chinês. Porém, espera-se que determinadas diretrizes se modifiquem, notadamente quanto aos direitos trabalhistas do operariado nacional (os quais, na atualidade, são um dos menos atraentes no mundo, valendo-se de um eufemismo), além de seu próprio modelo de Estado, ultrapassado em relação às atuais demandas da Sociedade Internacional. Simplesmente, o Socialismo como concebido ao longo do século XX não possui mais condições de implementação em qualquer Estado que preze pelo desenvolvimento econômico aliado com o respeito aos principais tratados sobre a matéria de Direitos Humanos ratificados no globo. Resta-nos a esperança de que o governo chinês modifique gradualmente sua mentalidade frente ao duro sistema político que ainda persiste em seu território.